domingo, 3 de abril de 2011

Um pouquinho sobre equipe. Capítulo 1 - Augusto Debbané

Acabamos!
Meses de trabalho, sem contar a pesquisa feita pra fazer o roteiro. Acabei de enviar o radioconto finalizado para o pessoal da Sociedade Amigos da Cinemateca, responsável pelo Edital Nossa Onda.
Embora este último suspiro tenha sido meu, no claustro, munida apenas de computador, não seria possível sem a linda equipe que me acompanhou durante o processo.
Essa semana, vou dar nome aos bois com riqueza de detalhes.




Na foto ao lado, vocês vêem o cara do som. Primeira pessoa a se juntar à equipe, foi chamado para participar do radioconto antes mesmo de o roteiro ficar pronto, ainda em 2010. O Guto trabalhava lá na Rádio Universitária e eu falei pra ele que teria isso, mas não peguei o telefone no dia.
Passaram-se alguns meses e o Guto já tinha saído da Rádio quando eu comecei a produzir a história. Na rádio, só quem tinha o telefone dele era o Zag, que não estava lá na hora. Aí passou o telefone e eu passei dois dias ligando para o Guto em vão. Até ligar pro Zag de novo e ele dizer que a Mary Lu devia saber mais do paradeiro dele, posto que estava gravando seu CD no estúdio do menino. Ele mesmo não tinha o telefone dela, aliás, ninguém tinha. Mas ela apareceu no chat do facebook e me disse que o telefone que eu tinha do Guto estava certo e que se eu quisesse, ela tinha também o de casa.
Foi o telefone de casa que fez eu conseguir falar com o Guto. Porque, na verdade, ninguém tinha o telefone certo dele, só a mãe dele - que me passou a preciosa informação ao atender o telefone.
E depois de toda esta empreitada, Augusto Debbané aceitou participar e começou logo dando esporro:
- Aline, esse roteiro aí não tá claro não. Eu preciso saber qual o ambiente e quando a cena começa e quando acaba e qual o barulho que tem que ter.
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Augusto Debbané, além de ser o cara do som do radioconto, cursa publicidade na Ufes e é músico. Compôs alguns jingles desses que você já cantou sem perceber.
Quem quiser, pode ouvir mais coisas no myspace do menino.

sábado, 2 de abril de 2011

Tema de encerramento


Começou assim: eu achava que tinha que ter uma música bombástica para o final e não sabia o que a gente ia fazer, posto que o Chico Buarque não atendia o telefone quando eu tentava falar com ele para pedir autorização e a gente não tinha grana para direitos autorais.
Um dia, cheguei em casa meio chateada com o mundo inteiro e escrevi:



Eu sei dessa bola na sua garganta
Eu sei dessa cara de falha
Dessa coisa não dita
Dessa perna bamba
Eu sei que ontem e amanhã você quis o que não dava
Eu sei que você pensa que não sabe que sabe o que quer
Qual é o instinto, afinal?
Qual é a falha?
Qual é a dança a se dançar pra ser feliz?
Onde é que acha um tamanho certo de sonho?
Como é que compra sorriso?
Que pele a gente tem que ter pra ser paixão?
Em que veia você corre agora?
Pra que canto vai?
Eu sei dessa voz rouca
De abafar grito.
Eu sei do calor,
Sei o fundo do corte.
Você está engolindo choro
Sem saber por onde seca a água
Sentiu com corpo inteiro
Cada trapo
Cada migalha
Fome
Sentiu que faltava em você
Um corpo quente
Os dentes pulando pra fora
Saliva, saudade, sentido.
Sentiu que saltar pra sonho
Não é pulo
Qual muro vai te proteger?
Engole. Engole o choro.
Chora longe daqui.
Grita.
Eu sei que você dói
Toda por dentro
Por fora
Nos cantos
Nos ecos lúgubres
De você mesma
atrofia sentimental.


Mandei para o Guto e disse:
- Vê se dá pra transformar isso aí em música.
Ele passou um tempo dizendo que só se fosse uma música muito doida sem métrica nenhuma. Depois ele simplesmente ligou avisando que tinha mexido na letra e colocado melodia. Cantou no telefone. Achei bonito. Achei muito melhor do que o que eu tinha escrito.
A música é pra fechar a história.
No dia que o Guto mandou gravada, a Lais, que fez a Clara (a quem eu não conhecia antes do radioconto e depois fui descobrir ser amiga da minha irmã e que eu já conhecia a irmã dela), estava lá em casa. Tinha acabado de ir embora quando a gente abriu o e-mail e viu a música.
Ficamos eu e minha irmã alucinadas.
Lais, do msn, inventou um monte de interjeições.
O que você acha?